A essência deste artigo chama atenção a todos os guineenses dignos desse nome daí o motivo da sua publicação aqui.
Opinião: Proposta ao Futuro Presidente
do PAIGC
Por Filomeno Pinates
É fundamental neste momento uma roupagem nova, por
medida, aos seus militantes, definir nova visão e cultura organizacional para
dentro do Partido, comprometer-se a arrumar a Casa, como prioridade num
compromisso formal assumido com o Partido. Porque hoje, nem toda a gente é do
PAIGC, acredite se quiser há “grupos”, mas, passeiam dentro da mesma Casa na
hora do “lobo” (bókassynhúz), para não se confrontarem com os demais militantes
em igualdade de circunstâncias e de condições, para um debate aberto (critica e
auto-crítica), mas juntam-se em grupos para “pactuar”, retirando proveito da
sua atitude reaccionária, acabando por manchar a imagem global do Partido, junto
do Povo.
Estamos a falar do maior partido político na
Guiné-Bissau, aquele de onde tem saído a liderança do governo e do Estado do
País na sua maioria até hoje, aquele que quer queiramos quer não, acaba por
influenciar este País no seu todo ou em grande escala governativa, que mais uma
vez, e sem menosprezar a participação dos demais partidos com assento
parlamentar, alerto para uma realidade nua e crua, esta preocupação política
nossa de momento em que vem aí, mais uma vez, o PAIGC, mas o que queremos mesmo
(o Povo em geral), é melhor politica nacional nestas organizações de massas,
que consigam levantar o País do “chão” e pô-lo a marchar no meio da modernidade
e de avanços tecnológicos precisos de há muito a esta parte. Todo este desejo
nosso, é independente deste ou daquele Partido (que fique claro), com ou sem
assento Parlamentar, somos (Eu sou), pela causa da República da Guiné-Bissau,
ponto final paragrafo, só.
É preciso reconhecer por dentro e por fora, o estado
físico, intelectual e humano duma organização política seja ela qual for. Fazer
o diagnóstico da situação em que se encontra todo o seu património humano
(corpo ideológico).
Ficar a saber com o que podemos contar dentro de uma
organização como esta, com mais de cinquenta anos de existência e consequente
desgaste social, tanto na sua cultura política, como no comportamento dos seus
militantes actuais.
Assumir os erros cometidos ou falhas dos seus líderes
durante décadas de governação do nosso País. Reconhecer no terreno os desvios à
norma estatutária e da ideologia do Partido, que levaram a alienação de
militantes, gerando líderes impotentes, desmotivados, sem identificação
revolucionária e cultural para com o seu fundador Amílcar Cabral.
Qualquer partido deve evitar manter no lugar “chefes”
com sinais de atraso político na sua visão do Partido, como moderna organização
de massas, “chefes” sem percepção do défice democrático na gestão política do
partido, mas que fixaram a fasquia a nivelar por baixo, dormindo um sono
profundo do qual é preciso acordar e “arrastar” a organização para junto do
Povo.
Qualquer Partido, vivo e a mexer, deve promover
desenvolvimento sociopolítico, científico e tecnológico dentro da sua formação
partidária, forjando outras mentalidades, mais justas e capazes nos seus
militantes e simpatizantes ao nível nacional e na visão internacional, uma
cultura necessária a manter actualizada.
Temos, neste momento, uma classe política desnorteada
e desgovernada no PAIGC por exemplo, há décadas desvirtuada dos valores de uma
cultura politica assente em princípios de lealdade politica, mas que outrora
nortearam objectivos alcançados, como por exemplo a gloriosa Luta de Libertação
Nacional, hoje (pós-independência) com resultados de há quarenta anos a esta
parte, deixam muito pouco a desejar, temos poucas vitórias nos arquivos que
orgulhem.
Esta ausência de história positiva marca o nosso nível
de desenvolvimento hoje, demonstrou que temos o Barco encalhado na lama, o que
também é uma sorte, como um paradoxo, i. é, o que a natureza não faz para ou
pelo Povo Guineense, “encalhou este Partido na lama” para não avançar ainda
mais nas soluções erradas com que governou este País quarenta anos, atolou-o na
lama com o beneficio para o Povo (é bem feito), uma vez que com ritmo lento,
também a corrupção não pode roubar e destruir muito mais do que até aqui. Deus
é grande e sabe o que faz, Aleluia!
Então Camaradas,
há que mudar, há motivos para uma viragem política, de limpeza. Um próximo
Homem a tomar os destinos do Partido, não vai ter tempo para se divertir nos
próximos anos, terá muito trabalho no sentido de corrigir e reformular os
princípios e objectivos programáticos à imagem dum Partido histórico coeso e
forte, junto dos seus militantes e simpatizantes no terreno.
O seu empenho como prova de amor à causa histórica da
Luta de Libertação Nacional, e refundar o comportamento político dos seus
militantes, baseado na verdadeira política, filosofia de base de Amílcar Cabral
como inspiração, adaptada às exigências actuais, como modelo exemplar num
partido moderno, acolhedor/libertador, livre, reformador e formador de uma nova
concepção dinâmica de acção política e de militância dentro e fora do Partido,
uma acção abrangente ao nível nacional.
Tudo isto pressupõe um trabalho sistematizado a fazer
no tempo, no espaço e no terreno, uma acção concertada junto das bases do
Partido e em todo o território nacional, o que exige tecnologia moderna dentro
da administração dentro de qualquer Partido.
Um trabalho colectivo de informação/formação dentro e
fora do partido, levado a cabo por orientadores experimentados (com formação
política partidária), aqueles que conhecem e bem a ideologia de Amílcar Cabral,
a história visceral neste caso do PAIGC, a sua natureza ideológica, cultural e
politica na sociedade Guineense, até hoje.
É oportuno adequar todo este conhecimento teórico
interligado aos factores de desenvolvimento sustentado para o País, sem
perdermos o estado de espírito nacionalista e patriótico, é necessário em
defesa dos valores territoriais do Estado da Guiné-Bissau.
Penso que qualquer partido político tem necessidade
teórica e prática de se renovar nesta linha de orientação, de ser realista, a
partir da sua própria realidade social, cultural e política do País.
A ideia do candidato à Presidente do Partido, NÃO se
candidatar logo a seguir à Presidência da Republica da Guiné-Bissau, ainda
assim, podendo (talvez) candidatar-se a Primeiro-ministro, é para evitar que
este “trampolim” possa ser aproveitado de modo oportunista, num momento frágil
do País, que venha “fabricar” apressadamente um “Jovem” ingénuo politico, para
Presidente da República, como candidato “natural”, passar a caminho de vir a
ser o próximo Chefe de Estado, neste momento é o que pode acontecer, caso
aconteça, é porque queremos, só.
Desde logo a razão desta proposta é muito simples,
apresento aqui dois motivos fulcrais num mesmo assunto, o PAIGC na sua acção
política para escolha de um candidato (dentro ou fora do partido) a apoiar nas
Eleições Presidenciais, e porquê:
Primeiro, porque sendo um Partido maioritário, com
probabilidades de eleger um próximo Presidente da República, numa situação real
de crise política, social, cultural e económica vivida há vários anos no País,
e mais, tendo este Partido uma grande responsabilidade material e moral,
associada a esta triste realidade social em que estamos, e o estado em que se
encontra o País, logo, este Partido é o centro da questão nos julgamentos pouco
abonatórios a recaírem sobre si. Revendo toda a sua imagem como rosto de uma
Nação fragilizada pela sua má gestão política e sem desenvolvimento sustentável
até hoje.
Uma realidade menos mobilizadora seria este facto, mas
este Partido é constantemente “perdoado” e votado nas urnas, daí o Povo ser
cúmplice deste atraso global, mesmo que vendo tudo isto como uma “ilusão”,
certo é que, um grupo se tem aproveitado dos votos da ingenuidade neste
contexto, para a seguir avançar na exploração pessoal, tirando partido do
Partido, descaradamente, como mau politico, é o que temos assistido, por isso
vale a pena abrir as margens para uma escolha mais alargada do melhor perfil
para este alto cargo da Nação.
Segunda razão é, igualmente simples: Numa visão
multi-factorial devolvermos a confiança ao Povo (todos os partidos), para se
escolher um candidato se necessário fora dum determinado Partido, um nome que
não tem que ter a camisola do partido a que pertencer necessariamente, e desde
cedo reconhecendo esta democraticidade para além de qualquer ciclo partidário,
é possível escolhermos um perfil que traga um pouco de tudo e para mobilizar o
nacionalismo, o patriotismo, começando por uma identificação positiva com o
candidato independente dos partidos políticos com assento Parlamentar.
Os que não pertencem ao PAIGC, os ex-militantes, os
simpatizantes e os ”anti”- PAIGC, um independente, e víamos nisto a quebra de
um ciclo viciado nas passagens de testemunho como até aqui na Guiné-Bissau.
Por isso, sugiro que se faça o seguinte para obtermos
um bom resultado que deveras seria apaziguador dentro e fora de qualquer
Partido ou do País, transferindo boa imagem internacional para os nossos
parceiros política, económico e de desenvolvimento:
PROPONHO A ESCOLHA DE UM CANDIDATO PRESIDENCIAL, NUM
UNIVERSO ABRANGENTE DO TERRITÓRIO NACIONAL, MAS, ATÉ À DIÁSPORA GUINEENSE
ESPALHADA PELO MUNDO!
PARA QUEM QUER ABERTURA TOTAL DE FACTO, UMA
NECESSIDADE VITAL E PARA TODOS OS GUINEENSES SEM EXCEPÇÃO, NÃO QUERERÁ UMA
PORTA ENTREABERTA HIPOCRITAMENTE, PORQUE CHEGOU A HORA DA ÚNICA MÃE, VOLTAR A
SER – PADYDA DY DÚZ MAMA!
Será
por tudo isto, que penso no próximo candidato, deve esforçar-se por controlar o
desejo ou motivação possível para avançar para candidatura do primeiro
Magistrado da Nação.
Tenho passado a pente fino todos os ilustres
candidatos presentes até agora nesta “corrida” eleitoral para chefiar o PAIGC.
Penso que deviam apenas avançar para o lugar de Secretário-geral do Partido, e
ficar por aí, não ir mais além, sem cumprir pelo menos alguns anos, para
arrumar o Partido por dentro e por fora e, talvez candidatar-se para
primeiro-ministro, mas o mais importante hoje, é alguém disponível a tempo
inteiro para chefiar o Partido deixando provas dadas.
Trata-se de uma experiência necessária a encarar de
frente dentro de um Partido que anda à deriva, sem trabalhos de casa feitos no
terreno desde a independência, uma degradação progressiva comportamental na
vida politica nacional, até hoje e levada a cabo pelos mesmos de sempre.
Por isso, quem ganhar estas eleições, deve vestir um
“fato-macaco”, munir-se de uma grande vassoura e água em abundância, para
lavrar muita sujidade e maus comportamentos políticos dos seus membros. É
preciso implantar uma nova mentalidade politica, e este é o maior partido,
ainda melhor, para aprofundar conhecimentos políticos à volta da sua história e
não só, uma visão de futuro na politica nacional já seria muitíssimo bom,
porque esta história, traz agarrada a si muito da nossa identidade cultural
como GUINEENSES que não deve ser maltratada nunca, embora não sejamos todos do
PAIGC.
Penso que o perfil do futuro Presidente do Partido,
pela história partidária e identidade revolucionária adquirida nos Anos /60 e
70 deste Partido, forjada na luta contra o colonialismo Português, num combate
político e militar, que a ferro e fogo retirou e devolveu duas Nacionalidades
de uma só vez aos seus respectivos Povos (República da Guiné-Bissau e República
de Cabo Verde), portanto falamos de um continuador e líder para esta
organização, deve transportar cultura cientifica, conhecimento, sabedoria e
maturidade política reconhecidas, sobretudo no plano nacional e internacional,
ter uma postura e um trajecto sociopolítico transparente, reconhecido, ou com
uma imagem suficientemente abrangente para liderar um movimento de mudança e,
simultaneamente, unindo os militantes dentro do Partido.
Num segundo momento e para um próximo candidato, desta
à Presidência da Republica da Guiné-Bissau, não é precoce pensarmos nisto hoje,
por isso mesmo, para permitirmos uma “escolha” de um candidato fora de portas
por exemplo, torna-se necessário que o novo Presidente do PAIGC eleito, não se
candidate ao cargo de Chefe de Estado da Nação, por agora, mais tarde talvez,
penso.
Este momento deve ser despido de preconceitos,
oportunismos, e outros complexos pessoais egocêntricos, a que nos habituaram os
nossos Lideres, alguns há mais de três décadas ocupando várias pastas, desde
ministros, conselheiros, etc., na verdade, o País está como está e a olhos
vistos, o Pais no seu todo, por isso a maior parte já deu o que tinha a dar,
isto é, deu nada. Enquanto individualmente (os mesmos) ou na sua grande maioria
estão muito bem na vida, com condições para viverem na Europa, e ainda melhor
do que muitos nacionais europeus da classe média/alta…, isto já é evidente para
muitos de nós e há muito tempo, basta!
Camaradas, única e simplesmente quero convidar-vos à
reflexão “pura e dura” sobre um aspecto da luta pelo poder, mas para fazerem
pouco logo a seguir ou nada. Vamos pensar sem fobia política em relação aos
nomes ou apelidos, não é necessário e ninguém há-de morrer por isso. Pois
muitos destes políticos (dinossauros) neste momento, pregam “fintas” aos olhos
do Povo, fingindo-se políticos renovados, mas é mentira, já nem sabem o que é
ser-se politico e representante dum Povo, como Guineense, mas quererem ainda
mais um mandato em lugares de destaque, no Parlamento, na sociedade civil ou
noutros espaços de manobra de liderança. Para quê? perguntamos nós.
OUTRA VEZ, PARA QUÊ?
Mas, paradoxalmente o que mais desejam, tudo indica
que é uma vida com “saúde”, para “comerem” o que conseguiram arrecadar ao longo
do tempo, deste impasse do País. O que arrecadaram deve chegar aos tetranetos
(alguns) não se preocupem, por isso, ficar na política é para desviar as
atenções, já estão bem na vida, fingindo-se bem no papel de pobreza
envergonhada, só.
Isto dói, só de imaginar, porque é preciso dizer que
infelizmente estes “filhos” desobedeceram o Pai da revolução, desviaram-se dos
interesses do Povo, e como sempre, egoístas, exibicionistas, complexados e com
a mania das grandezas, como alienados, foram-se distanciando da real pobreza do
Povo e exclusão social da sua esmagadora maioria de guineenses no território
nacional e não só.
Posto isto, Camarada futuro Presidente do Partido,
quando vencer as próximas eleições, seja humilde, revolucionário e arrume a
Casa, a sua família política precisará de si a tempo inteiro, nada de part
time.
Este é meu parecer para qualquer formação politica
dentro do território nacional, o de arrumarem a Casa e preparar os objectivos
para o embate do futuro do País.
Por sinal este novo secretário-geral, tomará conta do
maior Partido com assento parlamentar, e se também for primeiro-ministro
trabalhará a dobrar, como organização politica que é. Então imponha ordem desde
já, com isenção, terá muitos seguidores sérios e homens de boa vontade, sem os
vícios da corrupção como até ao momento, implantados, acredite se quiser.
Este tempo é de ouro, para uma nova geração de
mentalidade progressista, capaz de provocar uma mudança positiva, a viragem
global rumo (como costumo dizer) a bom-porto e, ainda mais seguro, no futuro.
Penso Eu, e com o único objectivo de reflectir para
partilhar, sou responsável pelo que deixo aqui escrito e, doutras vezes já
publicado. Procuro isenção como independente que sou, quero o melhor para cada
um de nós, apelo à honestidade, trabalho e justiça social para todos, quero ser
responsabilizado sempre pelos meus erros e análises e, a posteriori, quando
lido, sendo ou não citado como o autor, os meus artigos de opinião, ensaios ou
como lhe queiram chamar, sou Eu que os escrevo, o seu único responsável em
qualquer parte do mundo.
Votos e continuação de um bom trabalho, estamos juntos
Camaradas…
Djarama.
Filomeno Pina