Kinshasa - O célebre músico e compositor congolês Koffi Olomidé, foi detido hoje (terça-feira) pela polícia em Kinshasa, por através de cartazes publicitários se fazer chamar de "Vieux Ebola" (Velho Ébola), recordando o vírus que causou a morte de quatro mil e 500 pessoas na África Ocidental, e 49 na República Democrática do Congo, noticiou a AFP.
"Foi interpelado porque distribuiu cartazes " anunciando o concerto de "Velho Ébola", a alcunha que os seus fãs utilizam para qualificar Koffi Olomidé, declarou um dos seus amigos que solicitou o anonimato.
O director de informação e da comunicação da polícia confirmou a sua detenção.
"Ele está em vias de ser conduzido ao comissariado, pois apresentou-se como (Velho) Ébola, numa altura em que estamos engajados no combate a essa epidemia. Trata-se de uma imoralidade (...) é uma contra-mensagem que pretende difundir", rematou o coronel Pierrot Mwana-Mputu.
"Ébola, significa morte. É como que estando a ignorar os esforços da comunidade internacional" para vencer essa febre hemorrágica, afirmou, sublinhando que todos os cartazes serão retirados das artérias da cidade de Kinshasa.
No passado, o cantor já se fez chamar de "Sarkozy", nome do antigo presidente francês Nicolas Sarkozy, ou ainda de Bento XVI, o nome do antecessor do papa Francisco. A Igreja Católica na época o tinha advertido a não utilizar o nome do Soberano pontífice.
Koffi Olomidé já várias vezes foi intimado pela justiça, tendo em Agosto de 2012 sido condenado em Kinshasa a três meses de prisão por "golpes e ferimentos voluntários" contra o seu productor, facto que dividiu os congoleses entre a indignação e a repulsa duma impunidade aos actos violentos do artista.
Em 2004, a imprensa congolesa colocou o le "grand mapao" (grande patrão, em lingala) "sob embargo", uma decisão que consistiu em não cobrir todas as suas actividades musicais, após de o mesmo ter agredido um jornalista durante um concerto e danificado a sua máquina de filmar.
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