general António Indjai, líder dos militares que em 2012
protagonizaram um golpe de Estado na Guiné-Bissau, é o primeiro
subscritor de um compromisso pela paz assinado na terça-feira pelas
forças vivas do país.
O documento resultou de um encontro promovido em Bissau pelo
primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, no final de uma visita
de quatro dias ao país.
O chefe do Estado-maior general das
Forças Armadas guineenses foi o primeiro a assinar o compromisso “para
uma mudança radical de atitudes e comportamentos”, rubricado por cerca
de duas dezenas de representantes de entidades do país.
António Indjai saiu do encontro com um sorriso rasgado, mas escusou-se a prestar declarações aos jornalistas.
No documento, os membros das forças vivas sociais, políticas e
militares da Guiné-Bissau comprometem-se a realizar reformas nos
sectores da “defesa, segurança, justiça e administração pública”.
“As Forças Armadas comprometem-se a respeitar o resultado das
eleições e a formação do governo” ao qual devem exigir, “sem uso da
força”, um plano que reconheça “o papel que alguns membros assumiram na
luta armada” pelo país, refere o documento lido em voz alta, antes de
ser assinado.
Os partidos políticos “comprometem-se a colaborar numa plataforma de
acção cívica para o estabelecimento de um estado de direito democrático e
de afirmação da cidadania”.
“Todos comungamos da urgente necessidade de pôr fim a um historial
negro que desde 1980 tem vindo a desprestigiar a pátria de Amílcar
Cabral”, sublinha o documento, numa alusão aos sucessivos golpes de
estado, assassínios e confrontos internos.
Xanana Gusmão considerou tratar-se de um “documento histórico” e
depositou-o nas mãos de um representante do Supremo Tribunal de Justiça
guineense, como testemunho para gerações vindouras.
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