terça-feira, 1 de outubro de 2013

Guiné-Bissau espera ajuda do Brasil para eleições de Novembro



Nova Iorque (30 de Setembro de 2013) – Declaração foi feita em entrevista à Rádio ONU pelo presidente de transição do país africano de língua portuguesa, Manuel Serifo Nhamadjo; líder guineense teme que posição coletiva da Cplp impeça auxílio brasileiro.
O presidente de transição da Guiné-Bissau afirmou à Rádio ONU que seu país está contando com a ajuda do Brasil para a realização das eleições gerais, marcadas inicialmente para 24 de novembro.
Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, pouco antes de discursar na Assembleia Geral, o presidente Manuel Serifo Nhamadjo elogiou o apoio que o Brasil tem dado a seu país, há vários anos, mas disse que receia mudanças por causa da situação política gerada com o golpe de 12 de abril na Guiné.
Ao ser perguntado se a tecnologia do sistema de urnas eletrônicas no Brasil poderia ajudar à Guiné, o presidente respondeu:
“Sim, o Brasil poderia ajudar bastante. Só que o presidente Ramos Horta esteve lá, eu não sei o que é que se evoluiu e acredito que também que dentro desta comunidade Cplp, da posição que tem em relação aos acontecimentos de 12 (de abril) poderá contribuir para esse recuo na participação do Brasil. Não sei, não sei…”
Há vários anos, o Brasil lidera a estratégia de paz para a Guiné-Bissau na Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas. O país também realiza ações de apoio ao desenvolvimento no contexto da Cooperação Sul-Sul.
O presidente da Guiné-Bissau lembrou ainda das relações de seu país com outras nações lusófonas dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
“E nisso reconhece que o Brasil foi sempre um país que ficou em dar apoio e certamente continuará, assim como os outros. Aliás, Cabo Verde é um país de relações históricas muito sólidas, não são esses pequenos incidentes que vão criar problemas ou que vão pôr em causa essa nossa relação histórica e com São Tomé, a mesma coisa. E falando de São Tomé, fala-se de Angola, de Moçambique, são todos países irmãos e nós temos uma cumplicidade histórica, que é impensável dizer que teremos problemas de maior. Há um incidente, que deve ser analisado e situá-lo no seu momento, no seu contexto, para que depois das eleições, o país se reencontre, todos esses países irmãos, para o desenvolvimento que todos desejamos.”
Ao retornar à tribuna da Assembleia Geral, após dois anos sem discursar na casa, o presidente da Guiné-Bissau pediu o apoio de todos os países da ONU para restaurar a ordem constitucional na Guiné.
“Aguarda simplesmente o apoio internacional para que possamos iniciar o recenseamento sem o qual as eleições não poderão ter lugar. Portanto é importante, é imperativo que a comunidade internacional nos apoie na realização, no recenseamento fiável para que as eleições possam ocorrer num ambiente de tranquilidade.”
O Escritório das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Uniogbis, que é liderado pelo ex-presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, está trabalhando junto com autoridades guineenses no apoio da realização das eleições.
Segundo Ramos Horta, vários doadores internacionais estão à espera de um protocolo claro sobre a realização do pleito para que possam fazer suas promessas de doação financeira.

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